Sou um animal de hábitos e um ser a quem as rotinas diárias nunca afligiram (em demasia). Por essa razão seria de supor que, com as mais recentes mudanças na minha vida (e são TANTAS!) ficasse totalmente lost in space... ou pelo menos, lost in translation.
Sucede que, por feliz acaso do destino (para quem acreditar que o destino ou seja o que for tem acasos) vim dotada de origem de um duplo sistema que frequentemente me permite dizer que sou como os lobos - adoro viver no meio da minha matilha, mas também tenho uma alma solitária. Porque a verdade é que retiro um prazer quase escandaloso em estar só, comigo - o que significa que não é em solidão.
E bem sabendo que há horas em que a conversa praticamente ininterrupta da M. me faz falta e que a felicidade dos momentos também se faz (e muito) da partilha dos mesmos com os outros, a verdade é que adoro ter o privilégio de um dia como o de hoje e de poder ficar em silêncio horas a fio, aproveitando os afagos do sol na pele, bebendo simplesmente o mundo ao meu redor, passeando a leitura saborosa de um livro à beira-mar e terminando o dia numa sala de cinema depois de um jantar apressado... e a imagem que ilustra este post já diz quase tudo o resto...
Sobre o filme desta noite devo confessar que, tendo a escolha sido deliberada, cada vez que opto por uma comédia romântica estou à espera de sair de lá a dizer: pois... foi desta, já não conseguem fazer argumentos destes que sejam suficientemente inovadores para me divertir. Para além disso, a única coisa que sabia do filme, para além do nome dos actores, era que se tratava de uma proposta e de um compromisso fictício entre as estrelas do cartaz. Nada mais. No entanto, assim que o filme começou, e percebi o ponto fundamental do argumento, pensei cá para mim... pois... é mesmo desta... com esta história já eu vi o Green Card - Casamento por conveniência, em português - há uns belos anos, com a Andy McDowell e o Gérard Depardieu, e dificilmente este vai superá-lo...
Pronto, é verdade, eu tenho um defeito - só este! - quando não posso falar de mais, penso de mais. Mas agora vou ter a virtude de não dizer mais nada sobre o filme, a não ser que me conseguiu fazer rir a bandeiras despregadas do principio ao fim, só com umas breves pausas naqueles sábios momentos em que os bons argumentistas sabem criar zonas de recuperação, que quase nos arrancam - quando não arrancam mesmo - uma lagrimazita do canto do olho.
Agora coisas que não têm nada a ver com o filme e que aliás, são meros detalhes no facto de ainda me ter deliciado mais com a escolha:
O facto de a personagem interpretada (fantasticamente) pela Sandra Bullock se chamar Margareth e ser, por acaso, nem mais nem menos do que passada a papel químico de uma personagem de ficção chamada Vera;
O Alasca, a montanha em cenário e um magnifico lago plantado à porta de uma ainda mais magnifica casa ao mais puro estilo Country Living, com direito a lareira no quarto e tudo;
A mais bela declaração de amor que já ouvi até hoje, a fechar com chave de ouro duas horas muitíssimo bem passadas:
- I´m afraid...
- Me too...
Haverá alguém que ame de verdade que não tenha medo de falhar no compromisso altruísta do amor?
gosto de comédias romanticas, das margaridas em geral e dessa actriz...acredito ter sido uma boa opção!(comendo iogurtes morango a esta hra...servida?lol) noite feliz!bjs luz paz
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