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quarta-feira, setembro 23

So quiet...

Quando cheguei ainda nem as lojas tinham aberto.

O parque de estacionamento era um deserto e, se há coisas parvas que me dão um especial gozo, andar pelo local de parqueamento de um centro comercial fazendo atalhos pelo meio dos lugares é uma delas.

Um café e um jornal acompanharam-me até às dez. Talvez uns quinze minutos descansando o relógio, o tempo, o corpo e a mente. Sem me penalizar por não estar onde devia, o que quer que isso queira dizer, neste estranho momento da minha vida.

Não era uma viagem sem roteiro ou com um mero destino, ditado por qualquer fúria consumista que me preenchesse alguma vaga, eventualmente instalada por uma momentânea carência. Era fome. A mais pura fome. Uma voracidade que me vem devorando nos últimos dias. Fome, muita fome. De música e de livros.

Quando abriu as portas o relógio voltou a dar horas. Hoje a Fnac cheirava a croissants e café, acabado de sair. Sorri, e relembrei um momento impar que por ali vivi.

Estava silenciosa, na sua musica ambiente, e praticamente despovoada de gente.

Percorri-a ao sabor de um reencontro. Algumas prateleiras tinham mudado de sitio. Ou melhor, essas estavam lá. Os habituais conteúdos é que tinham nova morada.

Quando vou ao supermercado e estou com fome sucede-me o mesmo. Tomada por uma descontrolada gula, agarro indiscriminadamente em tudo o que podia devorar naquele instante, ainda que a quantidade não se consiga consumir nem numa semana. Depois reconsidero e o bom senso começa a devolver algumas inutilidades do momento à prateleira.

Hoje, matei a minha fome com dois livros e um CD. Os livros, da minha paixão de sempre. Um para mim, outro para oferecer. O CD para as noites que hão-de vir... com a chuva, a lareira e um livro, outro qualquer livro que me apaixone ler. Da primeira à última página.


So quiet...


1 comentário:

O teu raio de sol...

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