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segunda-feira, novembro 23

A linguagem do inconsciente

Há muito tempo que não recordo o conteúdo dos meus sonhos. Sei que sonho. Toda a gente sonha e confesso que durante muitos anos me fazia confusão alguém dizer que não se lembrava dos sonhos. Para mim era tão natural recordá-los durante os primeiros minutos em que acordava, ou recordá-los ao longo do dia, que achava surreal que alguém vivesse no breu vazio do sonho.

Mas, como pela a boca morre o peixe, com os anos acabou por me acontecer o mesmo. Agora, e já há cerca de dois anos, a excepção é lembrar o sonho.

Não sei se é bom ou mau, não sei se tal classificação se aplica. Pouco ou quase nada se situa sem ser no meio. No meu caso, mau, para não dizer péssimo, seria não dormir, mas felizmente fui abençoada com a graça de cair à cama e apagar. No segundo! Whatever comes.

Mas vem isto a propósito do facto de esta manhã ter acordado a sonhar. Ou seja, o sonho foi interrompido pela chamada do meu amigo despertador e no segundo seguinte estava a rever o sonho de que tinha sido resgatada. E a imagem era esta. Exactamente esta.

Durante muito tempo, tinha segurado entre os dedos um lagarto, embora ligeiramente maior do que o desta imagem. O bicho não tinha oferecido muita resistência e eu tinha-o mantido assim, cuidadosamente pinçado, entre os dedos.

Lembro que pelo meio lhe fui fazendo festas na cabeça, movimento ao qual ele abria ligeiramente a boca, mas sem nunca revelar claramente intenção de morder.

Passado algum tempo, decidi libertá-lo. Colocado no chão o bicho desatou a correr naquela correria desenfreada que todos lhes conhecemos, dando várias voltas largas ao terreno em volta. Não tive tempo de o ver desaparecer porque entretanto acordei.

Um detalhe curioso deste sonho é que me encontrava em frente ao colégio da minha filha e sei que era dia.

Não sendo condicionada por isso, gosto de indagar o significado da linguagem simbólica. Seja a dos sonhos, seja a verbal, seja a escrita. Talvez por isso tenha aprofundado a grafologia, por que me apaixonei, irremediavelmente.

Assim, esta manhã, logo pude, parti em busca do enquadramento possível para este sonho. Eis o que consegui:

O lagarto é considerado como sendo um dos símbolos transcendentes da profundidade já que combina uma actividade subaquática com a vida terrestre, que assustam as crianças.

Confesso. Fez-me pensar.


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