Porque seria injusto não me penitenciar, prestando aqui a minha humilde homenagem

Quando há pouco cheguei ao carro encontrei este simpático bilhetinho.

Claro está que não podia deixar de prestar pública homenagem a este honrado cidadão* que assim de forma tão brava defende a ordem pública.

Cumpre esclarecer que a minha humilde viatura estava estacionada no parque de um pacato Centro Comercial, num lugar que é usualmente utilizado por quem o frequenta sempre que o piso se encontra cheio ou perto disso - o que era o caso, à hora da chegada.

Cumpre igualmente esclarecer que o estacionamento no dito lugar não incomoda quem está estacionado conforme o figurino, nem quem circula para baixo e para cima.

Ora, postos os esclarecimentos e assumido o desvario com que me atrevi a cometer o crime, a única coisa que lamento é não ter tido oportunidade de agradecer, publicamente e com um grato sorriso, a tão nobre cidadão.

Convenhamos, não é qualquer um que, nos dias de hoje, se predispõe a ser um sólido pilar de uma sociedade tão pesadamente decadente como esta, em que as pessoas se entretêm assim por mera leviandade a estacionar fora de dois riscos pré-definidos, sujeitando-se a andar com um bloco e uma caneta em riste, vertendo linhas tortas na vã esperança de endireitar o mundo livrando-o de tamanha podridão!

Mas é ainda com maior regozijo que verifico que apesar de tudo, e do aquecimento global inclusive, ainda há animais que não estão em vias de extinção.

Sabem que mais?

Haja paz na terra.

E muita, muita saudinha!

*palpite de grafologia