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quinta-feira, junho 18

Finalmente


Ontem a M. recebeu oficialmente o seu diploma pela finalização do 1º Ciclo.
É um momento importante, para crianças e pais. A cerimónia é apenas o detalhe que marca o momento, que o ritualiza e que o perpetua nas suas e nossas vidas. Esse é o seu valor, e só por isso não é pouco, embora os bons momentos da vida não tenham de ter todos dia e hora marcada, pompa e circunstância. E, não fosse isso, neste texto sobressairia alguma tristeza pela constatação de tanto alheamento de toda uma comunidade escolar. Num colégio que celebra este ano o seu 50º aniversário, há coisas que não se percebem e julgo que é mesmo impossível que tenham qualquer justificação.
Quando não se informa a realização desta cerimónia a qualquer encarregado de educação por qualquer meio oficial, mas apenas por passa-palavra às crianças, quando se designam as 14h30m para a celebração da mesma, parecendo ignorar que nem todos os pais são patrões de si mesmos (aliás, serão a minoria, seguramente), que nem todos tem hierarquias superiores sensíveis e mesmo quando as têm há compromissos e imprevistos imponderáveis nos horários laborais, que a vida está o que está e que os colégios não se pagam sem obrigações e vinculações de outra ordem, o sentimento mínimo é de perplexidade.
É claro que qualquer pai nestas circunstâncias arranja maneira, nem que pregue uma peta ao chefe - o que já por si parece um excelente meio de exemplo estimulado pela escola - para estar presente numa ocasião única. É claro que qualquer pai sabe que para o seu filho faz toda a diferença que ele lá esteja ou não, nem que seja para dizer aos pais com ar de aparente enfado: Não quero fotografias! É claro que nenhum pai considera mais relevante o trabalho do que este momento, mas a verdade é que qualquer pai sabe que entre conseguir dar uma escapadinha mais cedo, aí por volta das 16h, ou sair para o almoço e ou já não ter hipótese de voltar ou voltar a horas que todos vão achar tardias, faz toda a diferença. E a escola não deve existir para se organizar como comodamente lhe convém mas para trabalhar em prol do bem-estar dos seus alunos e das suas famílias, promovendo a participação e partilha e não a ausência e abstencionismo.
Mais uma vez, como por diversos motivos e em diversas ocasiões se tem repetido nos últimos tempos, não foi o caso. E mais triste me deixa porque não foi ao acaso que escolhi esta escola para a M. Foi porque nela vivi 11 anos do meu percurso escolar, onde fui feliz e irreverente, onde conheci metas e barreiras mas onde também conheci a preocupação atenta de professores e superiores em levar até si as famílias, assim contribuindo para aquilo que se pretende de uma escola, ou pelo menos de uma boa escola como esta se considera a si própria - a colaboração dinâmica de todos os intervenientes. Porque sem esta dinâmica, parece-me que apenas uma parte, talvez a menor parte, do projecto educacional fica concluída.
Uma palavra de descontentamento ainda para o facto de apenas estarem presentes as professoras titulares, esquecendo-se ou ignorando-se a importância do Professor de música, do de ginástica (que foi o meu e que é quase a Instituição em si) e da Catequista... Enfim, suspiro!
À parte destas lamentações de quem não vê razão para não se desejar e conseguir fazer mais e melhor, fica a memória de um momento importante para a M. e para todos os seus companheiros e amigos de percurso. E alguns detalhes...
A cumplicidade da Irmã responsável com as características de cada um;
A comoção das Professoras na hora deste pequeno adeus aos seus meninos;
O silêncio solene das crianças durante toda a cerimónia
As risadas perante os cognomes dados a cada aluno.
... M. a Fashion!... (corei até às orelhas!)
A recomendação-inquirição da M.... Mãe, não vais chorar, pois não?
... Pronto, mãe só quase chorou!

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